Era alto e com porte elegante.
Contava histórias interessantes, factos de vida e recortes de recordações. Era um homem com uma grande firmeza de carácter, leal e sincero.
Não me lembro da sua voz...mas recordo os olhos de um castanho muito profundo, que me olhavam com doçura, quando me acariciava o cabelo e me sentava no colo.
Tinha sempre resposta para todas as minhas dúvidas, lembro-me de conversas que me ajudaram a crescer, acho que aprendi um pouquinho de cada uma das suas virtudes. Dói às vezes sentir que pequenos detalhes estão aos poucos desaparecendo da minha memória.
Nunca lhe vi um cabelo branco, não houve tempo para isso, também não houve tempo para ouvir mais histórias, nem fazer mais perguntas, e havia tanta coisa para perguntar... Também nunca nos despedimos, um dia dissemos até breve e foi um até sempre.
Não chegou a saber como me saí na vida... Foi difícil ultrapassar dificuldades sem os seus valorosos conselhos.
Tantos anos passados e ainda sinto o reflexo dos seus ensinamentos. Quando a gente nasce o que nos cerca passa a ser as nossas referências, temos as nossas origens, raízes e semelhanças. Perguntei tantas vezes a mim própria porque tudo acabou tão cedo, sabendo á partida não haver resposta.
Fez-me tanta falta!
Era uma pessoa especial
Era o meu pai
Para ele hoje, as flores mais lindas do meu jardim.
7 comentários:
Foi pouco tempo mas deixou belas sementes que germinaram com o calor da vida
um beijo terno
TT
Teu texto, me faz silenciar e sentir o profundo que representa, o PAI. Se sou o que sou é herança da sensibilidade e retidão DELE. Muito bonito Lila, me tocou a alma
...um post 'de' e com flores, algumas tb lilás.bj
Nunca deixou de estar presente, nos momentos dificeis, nos tempos felizes.É tão forte a sua presença que até nem sinto saudades. Porque saudade é quando se perdeu, quando nunca mais se tem. Eu tenho-o na poesia e no sonho, na beleza que respiro. Em cada um de vós - meus irmãos.
O nosso " papá" nunca nos abandonará.
Querida Lilás
O nosso Pai é uma referência, são as nossas referências, que muitas vezes só nos apercebemos da real importância quando nos faltam.
Tantas vezes que dou por mim a pensar: se o meu Pai Manel estivesse ainda entre nós ele é que saberia esclarecer "esta" questão...
Bonita homenagem feita com a doçura de quem é muito doce.
Beijinhos.
Amiga: estou a chorar pela recordação das ausências e pela ternura expressa nas palavras.
Muito, muito bonito.
Bem precisamos de um pouco de Sol a alegrar a alma. Mesmo cá pelos algarves as coisas andam muito escuras!Beijos
Fomos feitos para a vida e não compreendemos a morte... Somos eternos viajantes do Cosmos e certamente que iremos reencontrar os nossos entes queridos numa qualquer paragem de uma outra dimensão.
Também sinto muito a falta do meu pai...
Pais assim como os nossos, deixam um buraco muito grande cheios de boas lembranças no nosso peito.
Faz com que elas te alegrem um pouco nos momentos de maior dôr.
Pedro.
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