Era ainda muito pequena, talvez 4 anos, quando a minha irmã mais velha, então jovem universitária juntou alguns escudos da sua escassa mesada e me ofereceu um grande boneco de papelão. Era quase do meu tamanho!
Foi baptizado de “bolinhas” pois na cabeça pintada de tinta amarela lhe coloquei um gorro de lã com duas bolinhas penduradas.
O “bolinhas” fez parte da minha vida de criança e acompanhou-me ao logo destes anos todos; tantas vezes lhe peguei ao colo, tantas horas de brincadeira!
Desde há anos que repousa calmamente num sofá do sótão, junto à janela, bem iluminado, sempre com o mesmo sorriso. Algo maltratado pelas quedas que demos em conjunto, tem agora o seu merecido descanso.
Usa chapéu de tecido azul e um fatinho de treino da mesma cor, herança do meu filhote.
Companhia permanente, o “bolinhas” faz parte da minha vida.
As ondas quebravam uma a uma Eu estava só com a areia e com a espuma Do mar que cantava só para mim. Sophia de Mello Breyner Andreson
sexta-feira, outubro 30, 2009
Bolinhas
domingo, outubro 25, 2009
Uma semente, um jacarandá
O jacarandá é reconhecido como uma das mais belas árvores ornamentais urbanas.
Os frutos lenhosos, semelhantes a castanholas andaluzes, libertam sementes; consegui uma dessas castanholas, abri-a e semeei-a … Poucos dias depois de estar na terra nasceu, nasceram!
Foi um prazer imenso vê-la germinar e transformar-se rapidamente numa pequena planta.
Um mês bastou para que começasse a “ganhar forma”, e agora é vê-la já arvorezinha com imensas e novas folhas.
Só falta escolher o local onde irá ser plantada quando cairem as primeiras chuvas.
Um dia será árvore… um dia terá flor e perfume: O meu jacarandá!
terça-feira, outubro 20, 2009
Inspiração de poetas!
Aldeia de inspiração...
Minha aldeia tem pinheiros
Esvoaçam os passarinhos
Nas varandas tem os cheiros
Da alfazema e rosmaninhos
Tem vermelhos medronhos
Uma delícia prós passantes
Nos ninhos guarda os sonhos
Sonhos novos e os dantes
No olhar de cada aldeão
Brilha uma chama solidária
Repartem o vinho e o pão
Vivência quase legendária
Onde não há solidão
Numa partilha diária
E um "Aldeão" residente, não menos inspirado, poetou assim :
Na minha Aldeia
A esperança vagueia descalça,
piscina do nosso contentamento
de águas cristalinas
em perpétuo movimento.
Pétalas de orgulho
de rosas e buganvílias
jazem no chão dos sentidos
fecundando raízes no ventre da terra.
E o tempo voa veloz
em coração pulsátil
levado nas asas do desejo
envolto em brumas e maresia.
Lábios de ternura
bebem cálices de espanto
erguidos por semi-deuses
efémeros, frágeis e falíveis
E as almas insatisfeitas
perseguem utopias
semeando afectos
na espuma dos dias.
E as flores da "Aldeia" rejubilaram!
quarta-feira, outubro 14, 2009
Porque o sonho existe…
"A minha aldeia não é como as outras, mas tem acreditem os seus ‘encantos’.
É semi urbana, recente, não tem edifícios antigos ou capelas seculares.
Não tem o ritmo ou som dos rebanhos,
não tem caminhos antigos ou muros velhinhos de pedra solta. É uma aldeia com nome e de ‘nome’.
Tem pinhal envolvente, cheiro a pinho e eucalipto; sente-se a maresia ...porque o mar está perto...Há lareiras que fumegam permanentemente quando chega Novembro...quintais, jardins e hortas.
Tem um muro branco a rodeá-la, mas a porta está sempre franqueada, sempre.
É um projecto concebido e partilhado por um grupo de amigos (56) que há 24 anos sonhou, sonhou, trabalhou o ‘sonho’, pagou ‘o sonho’...Pagou uns quantos hectares de terreno-pinhal...e eis a ‘Aldeia’.
Ainda hoje o sonho nos comanda para mais e mais...
E uma das rotinas na ‘aldeia’ são as actividades culturais, como soi dizer-se: serões, encontros, ateliers, exposições, passeios pedestres, ‘janeiras’, serões regionais... gastronómicos. ....enfim!!"
Clica AQUI e entra: vai ser servido café
sábado, outubro 10, 2009
Começando a abrir, no auge de azul
Gosto de saber o nome das flores que comigo se cruzam: encanta-me falar delas, deslumbro-me com as suas cores e formas, os seus aromas.
Esta é uma ”nigella and rain”; as sementes trouxe-as do País de Gales, uma espécie de Alentejo inglês, onde - embora os ingleses não gostem deste 'país'- as flores são aqui muito 'particulares' e especiais.
Esta parece não ter um ‘portuguese name’ e traduzindo do Inglês/Galês, é qualquer coisa como - amor nas nuvens - são dotadas de uma beleza sem igual, suaves como o amor, leves como uma nuvem…
segunda-feira, outubro 05, 2009
...o dia a dia em pequenos nadas
quinta-feira, outubro 01, 2009
Tempo de amoras silvestres.
No Verão ‘essas’ silvas enchem-se destes frutos apetitosos do mais puro que a natureza produz: negras, saborosas, apetecíveis, valem algumas picadelas. Têm um sabor muito especial, e trazem óptimas lembranças de infância.
Trabalho de equipa: O Vicktor nas suas passeatas de fim de tarde ou principio de dia com a cadelita, apanhava um punhado cada dia e guardava congelando: conseguiu a bonita quantidade de dois quilos!
Facilmente chegaram á minha cozinha e foram parar à panela, a mistura das amoras como açúcar deu origem a esta bela compota. Agora é só esperar as tardes mais frias , acender a lareira, e em ambiente acolhedor fazer scones, wafles e provar esta delícia…